segunda-feira, 17 de agosto de 2009

BBQ

Minha avó dizia que o que não mata engorda. Eu cresci e aprendi que Niezstche disse que aquilo que não nos mata nos fortalece. Niezstche me mataria se soubesse quão religiosamente eu levo esta idéia.  
Houve uma época em que eu brincava que eu sabia lidar muito bem com rejeição. Eu trabalhava a maior parte do tempo angariando parcerias pra festivais de cinema e aprendi direitinho como não arrefecer mediante um pomposo e retumbante não. É claro que eu não lido bem com rejeição coisa nenhuma e por isso parei de fazer a jocosa piada, mas às vezes eu penso que, mesmo não sendo assim uma verdade verdadeira, tendo exercitado o papel de agente da passiva nas atividades da rejeição, posso não saber lidar muito bem com ela, mas eu sei lidar, caráter compulsório. 
Hoje eu estou me sentindo grandiosamente rejeitada, mas acontece que a vida é isso, certo? Vamos lá e seguimos em frente. Há um não-resolvido que permanecerá assim, no matter what. Eu não quero, eu não queria, eu nunca quereria. Mas é assim. Às vezes é assim, sem outro jeito. Vou chorar um pouquinho, comer um pouquinho, beber um pouquinho e infelizmente não vou me drogar um pouquinho. E vou pôr compressas nas carnes aparentes do coração obstinando que elas não se infeccionem mais que o necessário.