terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Hoje eu começo a me despedir de um grande amor. Já vivi histórias de separação, de bruscos rompimentos, mas esta despedida de hoje não se parece em nada com isso. É um caminho que começa, de extrapolar o meu próprio amor e oferecer apenas aquilo que o outro quer. Dar um passo pra trás. Calar minhas opiniões. 
Hoje, eu faço votos. Promessas. Construo este início de caminho.
Você não sabe, mas isto é pra você. 
Vamos esperar pelo futuro.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


A mim parece inevitável ser ridícula. Reza lenda que algumas pessoas nunca o são. Eu? Ixi. Estou excluída deste conjunto.
Normalmente não me importo em ser ridícula, fico achando que o processo científico, a tentativa e o erro, precisam da troça para construir uma crítica limpa, clara, apurada, e que a experimentação fundamenta qualquer futuro. 
Acontece que, além da pró-cientista, também vive em mim aquele pedacinho de fragilidade que todo mundo tem mas disfarça; aquele pedacinho do calcanhar de Aquiles. E às vezes seria bom se alguém não te achasse ridícula e, portanto, ao invés de rir dos seus estapafúrdios, pudesse acolher e consolar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Someday he'll come along
The man I love
And he'll be big and strong
The man I love
And when he comes my way
I'll do my best to make him stay

He'll look at me and smile
I'll understand
And in a little while
He'll take my hand
And though it seems absurd
I know we both won't say a word


Maybe I shall meet him
Sunday, maybe Monday, maybe not
Still I'm sure to meet him one day
Maybe Tuesday will be my good news day 

He'll build a little home
Just meant for two
From which I'd never roam
Who would, would you? 

And so all else above
I'm waiting for the man I love 

Maybe I shall meet him
Sunday, maybe Monday, maybe not
Still I'm sure to meet him one day
Maybe Tuesday will be my good news day 

He'll build a little home
Just meant for two
From which I'd never roam
Who would, would you? 

And so all else above
I'm waiting for the man I love

(George & Ira Gershwin)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


A solidão é um negócio engraçado. Eu poderia dizer, sem medo de ser leviana, que gosto muitíssimo de estar sozinha. Posso passar dias, semanas, sem o contato direto com outrem, e nem por isso estar deixando de viver momentos os mais agradáveis. Como disse num outro post, "como só os afeitos de si". Sou afeita de mim.
Inclusive, adoro meus defeitos. Cada um deles. Quanto mais os olho mais me reconheço. Claro que sei onde é que na vida eles me atrapalharam, todavia - o mais importante - sei onde é que cada um deles pode me ajudar. Sendo assim, vivermos eu e os meus defeitos não é só agradável, é conveniente. 
Acontece porém que na vida é necessário o extraordinário, ele não é demais. E como somos todos iguais uns aos outros, só temos o extraordinário quando alguém nos ama. Quando alguém nos acompanha. Quando alguém também olha de perto nossos defeitos e acha que eles são bonitinhos. Do amor brotam as qualidades que - pelo menos em mim - não existem sem ele.
Sozinha, que ironia!, sou menos.
Sou apenas um. 

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sou sagitariana. Puro sangue árabe de olhos humanos, vetor valioso de linhagem ancestral, temido e aplacado por extermínio na tal da contemporaneidade. 

Sou tão razoável quanto pode ser um animal. Às vezes, mais que qualquer um humano. Normalmente abrupta, de emoções legítimas e irrefreáveis. 

Sou coerente, parcial, rígida, como só podem ser os afeitos de si. Tanto que, destarte, sou tão livre quanto um cavalo, e revogo sem parcimônia cada um daqueles adjetivos. De ser-me tanto, tenho o calmo exercício de não me ser.

Sofro das angústias do pensamento e dos amores espedaçados aqui já citados.

 

Agora, como é que não se espera além da conta?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009















Às vezes acho que nasci amaldiçoada de amor. 
Calma.
Pensando bem, maldições são feitas de sobressaltos, inevitabilidades, além de uma opressão que habita o esterno.
O amor, em geral, pra mim é assim. Engendro internamente emoções que não se resguardam e que existem pra a admiração do outro, para a devoção ao outro, para a disponibilidade do outro. Sou como um dique rompido por força d'água.
Tudo isso não invalida que eu também seja engraçada, simpática, latente. Posso ser ao mesmo tempo divertida e ciosa. Mas descobri e comprovei inúmeras vezes que o meu amor é demais.
Ninguém quer o meu amor, assim, escolha própria, primeira, anterior, artigo pelo qual se luta. Aqueles que me amam também, em retorno, são os que aceitam o meu amor. Porque eu sempre fui assim, impelida pelas emoções engendradas de adjetivos inevitáveis, e antes que alguém pudesse perceber diferente, eu lá estava com ofertas cordiais.
Desse jeito foram sendo construídas minhas amizades - o tipo de amor que reconheço. Onde eu entrego partes de mim mesma as quais eu desconheça e o outro as admita.
Quando eu amo, isso em mim é um dever. Aquele que me aceita, tem um direito. E nesse fiel de mensura improba, fico sempre a ver navios. Pois eu dou tudo que posso e isso é sempre muito mais que meus outros quereriam suportar. 
 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Nossa. 
Então. Como é que se fala das dores de amor sem parecer uma dor a mais? Como é que se faz quando a gente precisar elaborar os sentimentos e nossa melhor ferramenta são as palavras? Será que vale falar, escrever, labutar as declarações que se derramam para além dos limites do nosso self interior? Não será muita viadagem ficar falando em self?
Vou tentar gastar umas angústias por aqui, acreditando que eu vou conseguir um jeito de declarar os pesares levemente.
O amor que me habita às vezes reconheço em outrens. E se for de fato o mesmo amor, povoado, criativo, duradouro, duvido que as reverberações dele possam ser impunes. 
Pujantes ou pungentes, amor que dói é amor do qual se fala. 
Eu vou falar deles.